Transtornos alimentares em crianças – uma nova realidade?
Quão bom era o tempo em que as crianças só se preocupavam com o brinquedo que teriam, os passeios que fariam e os novos amigos que encontrariam, e os adolescentes apenas se importavam com as provas, em ser aprovado no grupo de amigos ou dar seu primeiro beijo. Quando a idealização de corpo era ser como um super herói com poderes especiais, ou ter um futuro promissor viajando até o espaço. Hoje, crianças de apenas 6 anos já começam a se preocupar com peso e forma corporal, adolescentes ficam angustiados com o seu peso ou a remota possibilidade de ser tornar obeso, e muitos deles estarão insatisfeitos com seus corpos até completarem 18 anos.
Níveis cada vez mais crescentes de estresse, intimidação e a constante exposição a um padrão corporal irreal são alguns dos fatores que mais influenciam o risco do desenvolvimento do transtorno alimentar, acrescidos a isso, quadros cada vez maiores de depressão e ansiedade após o covid 19 impactam seu desenvolvimento.
As pressões de magreza, seja pela mídia, pelos pares e até familiares, fazem com que crianças e adolescentes busquem um padrão estético inatingível, mas que acreditam que possam alcançar, criando ilusoriamente suas histórias onde seus poderes especiais passam a ser conseguir fazer uma dieta nova, seguir uma personalidade nas redes sociais, e passar horas na frente do espelho buscando encontrar falhas em que se concentrar para reforçar ainda mais seu ideal de perfeição, gerando apenas baixa auto-estima e uma imagem corporal negativa. E mesmo que se queira reverter isso e mudar sua forma de pensar, o algoritmo o fará buscar cada vez mais imagens e comportamentos que são tidos como saudáveis, mas que na realidade os coloca em risco de vida.
Expectativas de futuro são criadas para gerar esperança, por isso, podemos cuidar para que o amanhã das crianças e adolescentes seja mais seguro, mais realista e com a vontade de ser apenas alguém que vive seu melhor, ou até mesmo conquistando o espaço!!
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