Nossas escolhas alimentares têm suas bases desde o início da vida. O contato com o alimento desde a tenra idade, nos mais diversos momentos, determina uma memória alimentar que se correlaciona com uma história de vida. Desta forma nossas escolhas dizem quem somos, nossas preferências refletem atitudes não somente pessoais, mas também sociais e econômicas.
Vários fatores influenciam o que escolhemos comer. Respostas fisiológicas são geradas com a fome, com a expectativa da saciedade, do contato com o alimento, antes mesmo do cérebro detectar os sabores. O ato de comer é complexo e lida com vários sentidos: o olfato (cheiro), o paladar (gosto), a audição (barulho do alimento na boca). Também é importante salientar que outros atributos como o perfil genético, o gênero e a idade, podem determinar uma maior incidência de obesidade e transtornos alimentares.
O que percebemos do sabor, aroma e textura dos alimentos nos afeta intimamente, favorece a sensação de prazer ou repulsa, ajuda na construção de hábitos alimentares. Estudos mostram que a combinação de açúcar e gordura tende a ser preferida, e há uma aversão maior ao amargor. De fato, certos alimentos podem nos transportar para locais distantes em nossas memórias.
É importante comer de tudo. Quanto mais diversificada sua alimentação, melhor a adaptação do cérebro ao gosto e ao cheiro, menor a interferência de fatores negativos que se opõem a uma alimentação saudável.
Busque no seu dia-a-dia comer frutas in natura para sentir o gosto adocicado que elas proporcionam.
Diminua a quantidade de tempero artificial na preparação dos alimentos, proporcione a você a beleza da alquimia dos temperos naturais (alho, cebola, cheiro verde, alecrim, tomilho, pimenta, curry entre outros) preparando os pratos mais assados e cozidos, evitando o excesso de gordura.
Fernanda Pardo de Toledo Piza Soares
Nutricionista - CRN9 1845
Consultório Nutrição e Saúde
Referências bibliográficas:
Drewnowski, A, Taste preferences and food intake. Annu. Rev. Nutr.1997,17: 237-53.
Lee, P.C.; Dixon, J.B. Food for thought: reward mechanisms and hedonic over eating in obesity. Current Obesity Reports 2017, v. 6, n. 4, pp 353-361.
Gostei muito do artigo, muito verdadeiro, durante a leitura , no trecho que fala sobre as textura s dos alimentos , lembrei-me da minha repulsa por cebola crua, a textura e o barulho que faz quando mastigamos me causa arrepios e enjôo. Penso que Comer realmente e sensorial.